Quem faz, quem manda e quem julga: os Três Poderes no Brasil (ou seria um reality show?)
No grande palco da política brasileira, o roteiro constitucional é claro: o Legislativo faz as leis, o Executivo executa, e o Judiciário julga. Tudo certinho, organizado... no papel. Na prática, o Brasil às vezes parece mais um episódio de um reality show confuso onde os participantes esqueceram suas funções originais, mas continuam no jogo — com direito a imunidade, tapetão e, claro, muitos discursos indignados nas redes sociais.
Legislativo: a fábrica de leis (e polêmicas)
Começamos com o Legislativo, que deveria ser o mestre da caneta — o responsável por elaborar as leis que regem a vida dos brasileiros. Mas ao invés de focar em legislar com profundidade, muitas vezes nossos parlamentares parecem mais preocupados com projetos de lei com nomes de efeito (“PL do Fim do Mundo”, “PEC do Desespero”, e por aí vai), homenagens, e com o famoso “orçamento secreto”, que é secreto só no nome, porque o cheiro chega longe.
Crítica? Faltam debates técnicos, sobram pautas-bomba e sessões que começam às 10h da manhã... com quórum às 17h.
Executivo: o que devia executar, mas vive apagando incêndio (ou jogando gasolina)
O Executivo é o braço operacional do Estado. O presidente e seus ministros (em nível federal), governadores e prefeitos deveriam focar em executar as políticas públicas: saúde, educação, segurança, infraestrutura... Mas, frequentemente, o que vemos são gestões que vivem entre a promessa e o improviso.
Nos últimos anos, o Executivo tem oscilado entre governar por decreto, brigar com o Congresso, protagonizar crises sanitárias e, claro, fazer lives para “explicar” que está tudo sob controle — quando está tudo, de fato, pegando fogo.
Judiciário: o juiz virou protagonista
O Judiciário — tradicionalmente o mais discreto dos três poderes — hoje é celebridade. Tem ministro que dá entrevista, solta indireta no Twitter, usa toga com estilo e até lança livro. E não podemos esquecer dos ativismos judiciais, em que o Judiciário decide legislar quando o Legislativo se omite — ou simplesmente não sabe o que está fazendo.
O problema é que, quando o juiz vira protagonista, a plateia (nós, o povo) fica confusa: “ué, mas não era o Congresso que fazia as leis?”. Pois é. O Judiciário tem sido cada vez mais chamado a resolver o que os outros dois poderes não conseguem ou não querem resolver.
No fim das contas, quem manda?
O Brasil parece viver uma dança das cadeiras institucional, onde cada poder tenta ocupar o espaço do outro — e, em alguns casos, todos tentam mandar ao mesmo tempo. O resultado? Um país de decisões travadas, egos inflados e, claro, uma população cansada de ser plateia do próprio drama.
Mas o lado bom do brasileiro é o senso de humor. A gente ri para não chorar. Faz meme, sátira, e segue votando — ainda que com a sensação de estar sempre recomeçando.
Conclusão: Brasil, um país de todos os poderes (e de pouco senso de função)
No país onde o Legislativo legisla quando quer, o Executivo executa conforme a popularidade permite e o Judiciário julga e, às vezes, legifera, o verdadeiro poder deveria estar nas mãos do povo. Mas, por enquanto, seguimos assistindo essa novela institucional... com direito a reviravolta por temporada.
E assim vamos: tentando entender quem faz o quê, torcendo para que um dia, ao menos por uma legislatura, cada um apenas cumpra o seu papel. Aí sim, o Brasil pode deixar de ser meme e virar modelo.
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